Descoberta fantástica na Amazónia


Fisco com 13 km de pinturas rupestres encontrado na floresta amazónica 

Um friso com cerca de 13 km de pinturas rupestres foi encontrado na floresta amazónica. O mais curioso nesta descoberta, além da sua extensão e da qualidade das pinturas, é o facto de se encontrarem representações de animais da Idade do Gelo, como mastodontes ou preguiças gigantes.

Segundo investigadores da Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha, as pinturas terão sido feitas há 11.800 a 12.600 anos.

Situadas na Serrania La Lindosa, na Colômbia, as pinturas representam cenas de caça, pessoas a dançar, ou de mão dada, além de vário animais, e terão sido produzidas pelas primeiras pessoas a habitarem o oeste da Amazónia, segundo Mark Robinson, arqueólogo da Universidade de Exeter.

As pinturas estão protegidas por três diferentes abrigos de rocha, sendo o maior deles conhecido como Cerro Azul, que abriga 12 painéis e milhares de pictogramas individuais.

Esta descoberta mostra como, surpreendentemente, essas comunidades viviam entre e caçavam herbívoros gigantes, hoje extintos.

Além dos referidos animais da Idade do Gelo, estas pinturas representam outros animais como veados, antas, crocodilos, morcegos, macacos, tartarugas, serpentes e porcos-espinhos.

Estas pinturas encontram-se numa região que era controlada pelo grupo guerrilheiro FARC, pelo que, antes do acordo de paz de 2016 entre este grupo e o governo, não foi possível o acesso de arqueólogos ao local. Apenas em 2019 estas pinturas foram descobertas, mas ficaram em segredo enquanto era produzida a série de TV “Jungle Mystery: Lost Kingdoms of the Amazon”, pelo canal 4 do Reino Unido, que as dá a conhecer.

Esta descoberta veio revelar um pouco mais sobre como viviam, como caçavam e o que caçavam os primeiros habitantes desta zona amazónica.

Para os investigadores, este é apenas o início de um projecto que pretende documentar toda a arte rupestre da área, bem como todos os animais retratados, e deverá ter a duração de cinco anos.

Fernando Cardoso